O interesse pelo modo como se articulam papéis
profissionais e familiares surge como consequência das
transformações no mercado de trabalho que vieram não só alargar a
tipologia de profissões que podem ser desempenhadas por homens
e por mulheres como colocaram, progressivamente, novas exigências para o exercício da atividade profissional que se
prendem, entre outros, com níveis da formação mais elevados,
necessidades de atualização profissional constante, horários
alargados, para mencionar apenas algumas. O aumento de
oportunidades de emprego, sobretudo para as mulheres, a par das crescentes exigências econômicas para a manutenção da família
levou também a uma reconfiguração da família passando-se de um
modelo familiar de elemento masculino como sustentador econômico único da família para um modelo em que ambos os
elementos do casal contribuem para a economia familiar – as
chamadas famílias de duplo-emprego –. O modelo familiar em que o
rendimento provém do exercício de uma atividade profissional, por
parte dos dois elementos do casal torna-se, assim, nas sociedades
ocidentais, o modelo dominante. Esta nova configuração familiar
levou os cientistas sociais a preocuparem-se com as possíveis
consequências da competição, especialmente para as mulheres,
entre o exercício de uma atividade profissional e a organização da
vida familiar, sobretudo ao nível dos cuidados com o lar e mais
concretamente na execução das tarefas domésticas e o cuidado
com os filhos. O estudo das relações entre os
papéis profissionais e familiares passa, deste modo a ser objeto de
estudo surgindo pela primeira vez na literatura científica, por volta
dos anos 60. Nestes estudos, que
posteriormente foram designados por “estudos sobre famílias de
duplo-emprego e dupla-carreira”, a temática central prendia-se com
a análise do conflito entre o trabalho e a vida pessoal em casais
britânicos. Na época, o trabalho e a família eram encarados como
domínios separados, existindo apenas uma ligação conceitual entre
estas duas áreas de vida dos indivíduos. O modelo familiar de famílias de duplo
rendimento levou os cientistas sociais, numa primeira fase, a
preocuparem-se com as possíveis consequências negativas da
competição, sobretudo para as mulheres, da atividade profissional
com a organização da vida familiar, tanto ao nível da execução das
tarefas domésticas como do cuidado com os filhos. Este é, na
verdade o objeto de estudo das primeiras investigações realizadas
neste âmbito onde se destacam as repercussões negativas do
conflito entre papéis familiares e profissionais, com especial
incidência para o conflito de papéis sentido pelas mulheres.
Posteriormente, os estudos apontaram para a necessidade de se
considerar que os domínios profissionais e familiares são
interdependentes e estão sob a influência dos papéis de gênero,
dado que estes definem a divisão de papéis, tanto na família como
no trabalho. Nesta linha, surge uma nova vaga de estudos que se
centra na identificação das influências culturais que orientam tanto a
vida familiar como os contextos de trabalho e que tipificam as
relações entre estes dois contextos de vida. De um modo geral,
estes estudos confirmam a influência dos estereótipos de gênero tanto ao nível dos contextos profissionais, como no domínio familiar
onde a persistência, mais ou menos generalizada, de modelos
culturais que identificam a mulher com o seu papel na família e no
lar acabam por gerar assimetrias na participação de homens e
mulheres na vida familiar e tendem a sobrecarregar estas últimas,
sobretudo em virtude da acumulação dos papéis profissionais e
familiares.
A análise dos efeitos nefastos decorrentes das dificuldades
de conciliar, de forma adequada, o trabalho com a vida familiar
reportam-se a um conjunto de consequências que potenciam,
também, um olhar sobre o modo como os contextos laborais podem promover as boas relações trabalho-família. As consequências são
também identificadas pela literatura que destaca não só os
benefícios como as implicações positivas para o desenvolvimento de
políticas sociais e organizacionais mais adaptadas e ajustadas às
novas configurações familiares e às exigências do mercado de
trabalho em constante mutação. Apesar da já longa tradição
enquanto objeto de estudo das ciências sociais e humanas as
relações entre trabalho e vida familiar permanecem com uma
centralidade única no âmbito acadêmico mas também político e
social.
Terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma forma de psicoterapia que se baseia no conhecimento da psicologia. Ela abrange métodos específicos e não-específicos (com relação aos transtornos emocionais) e em conhecimento psicológico a respeito da maneira como seres humanos modificam seu comportamento, têm por fim uma melhora sistemática dos problemas tratados.
Terapia Cognitivo Comportamental
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