LIDERANÇA E ESTRATÉGIA SÃO INSEPARÁVEIS
Muitos líderes não compreendem a ligação íntima e contínua
entre liderança e estratégia. Esses dois aspectos, que fazem parte do
trabalho dos líderes, já foram conectados, mas agora são vistos de
forma separada. Hoje são os especialistas que aparecem para ajudar
os administradores a analisar os negócios e a posicionar as empresas
de forma a conquistar vantagens competitivas. A estratégia
se tornou um trabalho de experts, um item confinado ao processo
de planejamento anual. Nessa visão, uma vez que uma estratégia
é identificada e os passos seguintes são definidos, o trabalho do
estrategista chega ao fim. Tudo o que resta é a implementação
do plano e a manutenção da vantagem competitiva sustentável que
ele gerou. Ou pelo menos essa é a visão otimista do processo.
Se as coisas fossem assim, o processo de bolar uma estratégia
seria facilmente separável do dia a dia do administrador da empresa.
Tudo o que um líder teria que fazer seria descobrir essa
estratégia, ou contratar uma consultoria que o fizesse, e se assegurar
de que se trata de um plano brilhante. O estrategista não precisaria
se preocupar com a maneira como a organização passa de
um estágio para outro – o grande desafio da execução – ou como
capitalizar em cima do conhecimento adquirido nessa etapa.
Mas as coisas não são assim.
O que foi esquecido é que a estratégia não é um destino nem
uma solução. Não é um problema a ser resolvido. É uma jornada,
e precisa de liderança permanente.
Precisa de um estrategista.
Boas estratégias nunca são estáticas – assinadas, seladas e
entregues. Por mais que tenham sido bem-concebidas ou bem-
-executadas, qualquer estratégia colocada em prática por uma
empresa hoje vai falhar em algum momento se a liderança a
encarar como um produto finalizado. Sempre haverá aspectos do
plano que precisam ser esclarecidos; incontáveis contingências,
boas e ruins, que não podiam ser completamente antecipadas;
e oportunidades para capitalizar o aprendizado que o negócio
proporcionou ao longo do caminho.
O estrategista é a pessoa que deve orientar esse processo contínuo,
que deve observar, identificar, avaliar e decidir vezes sem
conta. O estrategista é a pessoa que precisa declinar certas oportunidades
e perseguir outras. Consultores e especialistas podem
ajudar, assim como informações e pontos de vista de pessoas de
todas as esferas da organização. Mas, no final das contas, é o estrategista
que tem a responsabilidade de acertar a direção e fazer
as escolhas diárias que irão aprimorá-la continuamente.
É por isso que estratégia e liderança devem estar conectadas no
mais alto posto da empresa. Todos os líderes – e não apenas os
que estão reunidos no programa – precisam aceitar a estratégia
como o centro de suas responsabilidades.
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