sábado, 18 de agosto de 2018

Estresse ocupacional: como está nos dias de hoje!

Estresse ocupacional :
O conjunto e a divisão de tarefas que compõem a carga de trabalho do profissional estão associados a importantes estressores laborais, os quais podem sofrer agravos significativos em razão de condições precárias de organização do trabalho, que vão desde a baixa valorização e remuneração, descompasso entre tarefas prescritas e realizadas, até a escassez severa de recursos e problemas de infraestrutura.  o estresse ocupacional refere‑se aos estímulos do ambiente de trabalho que exigem resposta. A caracterização de um fenômeno de estresse depende da percepção do indivíduo em avaliar os eventos como estressores, portanto o cognitivo tem papel importante no processo que ocorre entre os estímulos potencialmente estressores e as respostas do indivíduo a eles. O termo estressor ocupacional designa estímulos que são gerados no trabalho e têm consequências físicas ou psicológicas negativas para um maior número de indivíduos expostos a eles. Consideram‑se agentes estressores os fatores extraorganizacionais e organizacionais, individuais e de grupo.
Para a abordagem do estresse ocupacional, são consideradas as vertentes biológica, psicológica e sociológica, que, apesar de distintas, são complementares e estão interligadas. Na biológica, o estresse é caracterizado, essencialmente, pelo grau de desgaste do corpo. Os processos afetivos, emocionais e intelectuais do indivíduo correspondem à abordagem psicológica, ou seja, é a maneira pela qual este se relaciona com as outras pessoas e com o mundo ao seu redor. Em adição, a sociológica refere‑se à compreensão das variáveis que se estabelecem no contexto da sociedade. O diagnóstico dos sinais e sintomas do estresse ocupacional é essencialmente clínico, baseado nos rastreamentos individual e do risco nas situações de trabalho
Síndrome de Burnout Apontada como um fenômeno em expansão na atualidade, a síndrome de Burnout (SB), também conhecida como esgotamento profissional no Brasil, tem recebido diferentes denominações. A definição mais amplamente aceita é baseada na perspectiva psicossocial que busca identificar as condições no ambiente de trabalho que conduzem ao Burnout e os sintomas específicos que caracterizam a síndrome. É considerada como uma resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho, sendo classificada como exaustão emocional, despersonalização e ineficácia. Manifesta‑se basicamente por sintomas de fadiga persistente, falta de energia, adoção de condutas de distanciamento afetivo, insensibilidade, indiferença ou irritabilidade relacionadas ao trabalho, além de sentimentos de ineficiência e baixa realização pessoal
o Burnout é desenvolvido por meio das fases de:
 • idealismo: o trabalho é interessante e preenche as necessidades do indivíduo;
 • realismo: as expectativas iniciais não foram supridas, o trabalho não satisfaz as necessidades, as recompensas e o reconhecimento são escassos; 
• estagnação e frustação: o entusiasmo e a energia iniciais se transformam em fadiga crônica e irritabilidade; e
 • apatia: a pessoa tem a sensação de desespero, fracasso e perda da autoestima e autoconfiança.
O diagnóstico da síndrome é complexo, pois seus efeitos apresentam consequências variáveis em termos psicológicos, implicações físicas e alteração de conduta. No plano das implicações psíquicas, o indivíduo acometido descompensa‑se, responde de modo inadequado à tensão e aos estímulos do ambiente de trabalho, perde o eixo, encontra dificuldade de aprendizagem, tem insônia, pesadelos, impotência e apatia, extingue laços afetivos e evita restabelecer novos vínculos, isola‑se, afasta‑se dos familiares, e demonstra desinteresse pelo emprego. A diferença entre estresse e síndrome de Burnout reside no fato de que no estresse são observados pontos positivos e negativos, além da predominância de sintomas físicos com emoções exageradas. Em contrapartida, no Burnout, são marcantes apenas os aspectos negativos (distresse). Existem alguns tipos de atividades cujos profissionais são mais propensos a desenvolverem o desgaste emocional.  A síndrome de Burnout acomete, principalmente, profissionais que prestam assistência ou são responsáveis pelo desenvolvimento ou cuidado de outros. Essa síndrome foi reconhecida como risco ocupacional para profissões que envolvem cuidados com saúde, educação e serviços humanos.
Prevenção e enfrentamento do estresse ocupacional O estresse ocupacional afeta o indivíduo, a prestação de serviço e a qualidade dele, sendo necessário o trabalho preventivo. A prevenção é de fundamental importância porque enfatiza a dimensão humana e sinaliza os cuidados quanto ao respeito à saúde do trabalhador. O enfrentamento do estresse tem como objetivo principal minimizar ou moderar os efeitos sobre o bem‑estar emocional e físico do indivíduo. Algumas estratégias aliviam temporariamente e podem ser mal adaptativas em longo prazo. Outras são ineficazes, pois o estressor não é eliminado e sua recorrência não pode ser impedida. Entretanto, estratégias com foco na emoção e no problema são mais efetivas, pois o indivíduo lida diretamente com o estressor, reduzindo as demandas deste.
Qualidade de vida no trabalho A qualidade de vida no trabalho (QVT) tem recebido diferentes denominações, entretanto existe um consenso de que uma maior humanização, aumento do bem‑estar do trabalhador e maior participação dele nas decisões e nos problemas da empresa relacionam‑se diretamente com a qualidade de vida. A QVT envolve fatores intrínsecos e extrínsecos do cargo, afetando tanto as atitudes pessoais quanto as comportamentais, com relevância na produtividade individual e coletiva. Entende‑se que motivação, adaptabilidade, criatividade e vontade de inovação ou de aceitar mudanças estão diretamente ligadas à QVT, tendo representativa influência na produtividade e lucratividade das organizações. Os fatores organizacionais que mais afetam a QVT são a sobrecarga no trabalho, falta de estímulos e de perspectivas, ruídos, alteração do sono, necessidade de mudanças e ergonomia. Nesse contexto, salienta‑se a importância da implantação de programas de qualidade de vida no ambiente de trabalho. Um dos obstáculos para a implementação de tais programas é que alguns gestores os consideram um aumento nos custos, e não investimento intelectual e profissional. Torna‑se imprescindível estimular o envolvimento e o comprometimento do trabalhador, e essa é uma ideia que deve ser praticada pelos gestores das organizações. Envolver os indivíduos na estruturação de suas funções e fornecer a capacitação e as ferramentas necessárias para um desempenho eficiente é uma opção válida para a melhoria da qualidade e da produtividade no trabalho a ser desenvolvido.O estresse ocupacional vem sendo considerado um problema generalizado afetando os trabalhadores, a organização e a sociedade como um todo. 
Conclusão:
Estresse ocupacional capaz de desencadear uma enfermidade orgânica ou provocar uma disfunção significativa na vida do indivíduo. Para que isso ocorra, é necessário que outras condições estejam presentes, como a vulnerabilidade orgânica ou uma forma inadequada de avaliar e enfrentar a situação estressante. As estratégias para o tratamento devem ser iniciadas quando se reconhece que as pressões na vida individual atingiram um ponto tal que estão causando problemas físicos, psicológicos e de comportamento. 
Acredita‑se que para preservar a saúde mental e física, bem como a qualidade de vida, é necessário que o profissional esteja inserido não só no universo de seu trabalho mas também no mundo exterior que o beneficia interiormente, visto que este conjunto complementa‑se para que o indivíduo permaneça em equilíbrio e obtenha a satisfação no seu cotidiano. A aptidão de criar e manter um ambiente com presença reduzida de estressores organizacionais é uma exigência crescente, e todo empregador deve estar capacitado para gerir e reduzir o próprio estresse, bem como para auxiliar na diminuição das tensões de seus empregados.






Comunicação assertiva: o que é isso?, por que é importante?

O comportamento assertivo pode ser definido como aquele que envolve a expressão direta, pela pessoa, das suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões sem que, ao fazê-lo, ela experiencie ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para o interlocutor. É, por outras palavras, aquele que permite defender os próprios direitos sem violar os direitos dos outros. 
Exemplos Auto-afirmação - 

  • Capacidade de defender direitos legítimos -
  • Capacidade de expressar opiniões pessoais - 
  • Capacidade de fazer e recusar pedidos Expressar sentimentos positivos - 
  • Capacidade de fazer e receber elogios - 
  • Capacidade de expressar afetos positivos - 
  • Capacidade de iniciar e manter conversas Expressar sentimentos negativos - 
  • Capacidade de expressar afetos negativos legítimos

Comportamento Não Assertivo Comportamento Passivo É aquele em que a pessoa falha na expressão das suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões. Na medida em que a pessoa que tem este comportamento é a primeira a violar os seus próprios direitos, acaba por dar ao outro a permissão para, também ele, o fazer. Exemplos -aceder a realizar atividades que não lhe interessam só porque isto lhe foi solicitado -não pedir um favor que é legítimo e do qual se necessita -não manifestar desacordo perante algo com que não se concorda Comportamento Agressivo É aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões, mas de uma forma que é hostil, exigente, ameaçadora ou punitiva para com o interlocutor. A pessoa que tem este comportamento defende os seus direitos, mas fá-lo à custa da violação dos do outro. Exemplos Direto Indireto Verbal Comentários hostis e humilhantes, insultos, ameaças Sarcasmo, comentários maliciosos, «intriguinhas» Não verbal Gestos hostis e ameaçadores, violência física Gestos hostis e depreciativos quando a atenção do interlocutor está orientada para outro lado

Comportamento Manipulativo É aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões de uma forma implícita ou indireta, frequentemente com «mensagens mistas», em que há contradições no conteúdo ou entre o conteúdo e o comportamento não verbal. É o caso de mensagens cujo objectivo é levar o interlocutor a adivinhar o que quer dizer ou a sentir-se tão mal ou responsável pela pessoa que fará o que ela quer, ainda que contra a sua vontade. A pessoa que tem este comportamento procura a satisfação das suas necessidades violando os direitos dos outros, mas fá-lo de forma indireta. 


A assertividade varia conforme as pessoas e as situações Um aspecto que é importante ter em conta é que NINGUÉM é 100% assertivo com todas as pessoas e em todas as situações. Para cada pessoa, a facilidade que tem em comportar-se de forma assertiva depende muito da pessoa a quem esse comportamento se dirige (pais, professores, amigos, namorado/a, crianças, etc) e da situação em que se encontra (auto-afirmação, expressão de sentimentos positivos, expressão de sentimentos negativos, etc). Quando muito, pode-se dizer que a pessoa assertiva é capaz de se comportar com assertividade com muitas pessoas e em muitas situações. 

O que é que ganharia em me comportar de forma mais assertiva? 
A assertividade é uma escolha. Da mesma forma que determinada pessoa aprendeu a comporta-se de forma não assertiva, pode aprender um conjunto de competências que lhe permitam comportar-se com maior assertividade. Que vantagens tem em fazê-lo? A resposta a esta questão pode ser dada, em primeiro lugar, pela análise das consequências de cada tipo de comportamento. É importante não esquecer que os comportamentos que temos não ocorrem num vácuo – eles repercutem sobre a pessoa que os tem e sobre aquele que os recebe, quer de forma imediata, quer a longo prazo. O que acontece é que, ainda que os comportamentos não assertivos tenham, a curto-prazo, algumas consequências positivas para o próprio (que é, aliás, o que  explica que se mantenham), as suas consequências são, num balanço global, negativas; os comportamentos assertivos são, por outro lado, quase universalmente vantajosos. Se ainda não estás convencido, tem em atenção o seguinte: a assertividade, depois de aprendida, poderá vir a ser mais uma ferramenta, de entre o conjunto de que já dispões. Nada te obriga a utilizá-la, mas caso ela se venha a revelar necessária, é bom saber que lá está.

Como posso fazê-lo? 
Conhecimento dos próprios direitos A primeira mudança é interna, e passa por adquirir conhecimento dos direitos que te assistem (e, igualmente, a cada uma das pessoas que te rodeiam). Uma amostra destes direitos poderá ser a seguinte: - Eu tenho o direito de ser respeitado e tratado de igual para igual, qualquer que seja o papel que desempenho ou o meu estatuto social - Eu tenho o direito de manter os meus próprios valores, desde que eles respeitem os direitos dos outros - Eu tenho o direito de expressar os meus sentimentos e opiniões. - Eu tenho o direito de expressar as minhas necessidades e de pedir o que quero - Eu tenho o direito de dizer não sem me sentir culpado por isso - Eu tenho o direito de pedir ajuda e de escolher se quero prestar ajuda a alguém - Eu tenho o direito de me sentir bem comigo próprio sem sentir necessidade de me justificar perante os outros - Eu tenho o direito de mudar de opinião - Eu tenho o direito de pensar antes de agir ou de tomar uma decisão - Eu tenho o direito de dizer «eu não estou a perceber» e pedir que me esclareçam ou ajudem - Eu tenho o direito de cometer erros sem me sentir culpado - Eu tenho o direito de fixar os meus próprios objetivos de vida e lutar para que as minhas expectativas sejam realizadas, desde que respeite os direitos dos outros.