sábado, 21 de julho de 2018

Equilibrio do trabalho e a vida pessoal

O interesse pelo modo como se articulam papéis profissionais e familiares surge como consequência das transformações no mercado de trabalho que vieram não só alargar a tipologia de profissões que podem ser desempenhadas por homens e por mulheres como colocaram, progressivamente, novas  exigências para o exercício da atividade profissional que se prendem, entre outros, com níveis da formação mais elevados, necessidades de atualização profissional constante, horários alargados, para mencionar apenas algumas. O aumento de oportunidades de emprego, sobretudo para as mulheres, a par das crescentes exigências econômicas para a manutenção da família levou também a uma reconfiguração da família passando-se de um modelo familiar de elemento masculino como sustentador econômico único da família para um modelo em que ambos os elementos do casal contribuem para a economia familiar – as chamadas famílias de duplo-emprego –. O modelo familiar em que o rendimento provém do exercício de uma atividade profissional, por parte dos dois elementos do casal torna-se, assim, nas sociedades ocidentais, o modelo dominante. Esta nova configuração familiar levou os cientistas sociais a preocuparem-se com as possíveis consequências da competição, especialmente para as mulheres, entre o exercício de uma atividade profissional e a organização da vida familiar, sobretudo ao nível dos cuidados com o lar e mais concretamente na execução das tarefas domésticas e o cuidado com os filhos. O estudo das relações entre os papéis profissionais e familiares passa, deste modo a ser objeto de estudo surgindo pela primeira vez na literatura científica, por volta dos anos 60. Nestes estudos, que posteriormente foram designados por “estudos sobre famílias de duplo-emprego e dupla-carreira”, a temática central prendia-se com a análise do conflito entre o trabalho e a vida pessoal em casais britânicos. Na época, o trabalho e a família eram encarados como domínios separados, existindo apenas uma ligação conceitual entre estas duas áreas de vida dos indivíduos. O modelo familiar de famílias de duplo rendimento levou os cientistas sociais, numa primeira fase, a preocuparem-se com as possíveis consequências negativas da competição, sobretudo para as mulheres, da atividade profissional com a organização da vida familiar, tanto ao nível da execução das tarefas domésticas como do cuidado com os filhos. Este é, na verdade o objeto de estudo das primeiras investigações realizadas neste âmbito onde se destacam as repercussões negativas do conflito entre papéis familiares e profissionais, com especial incidência para o conflito de papéis sentido pelas mulheres. Posteriormente, os estudos apontaram para a necessidade de se considerar que os domínios profissionais e familiares são interdependentes e estão sob a influência dos papéis de gênero, dado que estes definem a divisão de papéis, tanto na família como no trabalho. Nesta linha, surge uma nova vaga de estudos que se centra na identificação das influências culturais que orientam tanto a vida familiar como os contextos de trabalho e que tipificam as relações entre estes dois contextos de vida. De um modo geral, estes estudos confirmam a influência dos estereótipos de gênero tanto ao nível dos contextos profissionais, como no domínio familiar onde a persistência, mais ou menos generalizada, de modelos culturais que identificam a mulher com o seu papel na família e no lar acabam por gerar assimetrias na participação de homens e mulheres na vida familiar e tendem a sobrecarregar estas últimas, sobretudo em virtude da acumulação dos papéis profissionais e familiares. A análise dos efeitos nefastos decorrentes das dificuldades de conciliar, de forma adequada, o trabalho com a vida familiar reportam-se a um conjunto de consequências que potenciam, também, um olhar sobre o modo como os contextos laborais podem promover as boas relações trabalho-família. As consequências são também identificadas pela literatura que destaca não só os benefícios como as implicações positivas para o desenvolvimento de políticas sociais e organizacionais mais adaptadas e ajustadas às novas configurações familiares e às exigências do mercado de trabalho em constante mutação. Apesar da já longa tradição enquanto objeto de estudo das ciências sociais e humanas as relações entre trabalho e vida familiar permanecem com uma centralidade única no âmbito acadêmico mas também político e social.






quinta-feira, 5 de julho de 2018

Volte para você!

Quando pergunto às pessoas sobre como têm se dedicado a si próprias, elas logo pensam no fator tempo; é um raciocínio automático que faz parte da nossa cultura. Mas, na verdade, o tempo é apenas um aspecto a ser somado. 
Dedicar-se a você está ligado diretamente a “como” está se alimentando em todas as áreas da sua vida. 
Da mesma forma que você precisa comer com critérios de qualidade e quantidade para se manter vivo, necessita também de critérios para se preencher. O que alimenta você emocionalmente? É importante que seja algo gostoso e saudável. 
O que o alimenta intelectualmente? Do que você gosta? Gosta de ler? Que tipo de livros? De ir ao cinema, ao teatro? Gosta de jogar videogames? O que faz sua cabeça ficar esperta, ou seja, obter prazer e estar motivada? Como alimenta seus relacionamentos? Que tipo de comida vai dar a eles? Tudo aquilo que der equivale à qualidade do relacionamento que terá. É muito comum encontrar pessoas que ficam sentadas esperando que os outros as amem, respeitem, considerem e, para isso, usam alguns recursos: compram presentes, são boazinhas, mandam cartões, lembram do aniversário. Tem também aqueles que, quando obtêm sucesso profissional, por exemplo, correm para contar a todos porque necessitam do reconhecimento. Alimentar-se significa fazer tudo isso, mas, antes, para si mesmo.Você quer reconhecimento dos outros? Comece a se reconhecer. Você quer o amor dos outros? Comece a se amar. Isso, para mim, é cuidar de si. É perceber: “o que eu desejo dos outros? O que é necessário para eu ser feliz?”. Hipoteticamente, imagine o que deveria acontecer para você ser bem feliz e pergunte-se: o que você está fazendo para que isso aconteça? 
Saiba que tudo se realiza, inicialmente, dentro de nós. Então, primeiro eu preciso ser rica dentro de mim, primeiro preciso ser amorosa dentro de mim, ser reconhecida dentro de mim, respeitosa dentro de mim… Tudo isso é alimento. É o que estou colocando dentro de mim para ser a usina geradora da minha própria felicidade. O que eu gerar é o que eu vou atrair. Assim, se você tem amor por si, atrairá o amor. Aliás, como é mesmo que se desenvolve amor por si? Olhe como é que você desenvolve amor pelas pessoas. Não é prestando atenção a elas, vendo o que fazem e que você gosta, tudo o que lhe faz bem? Não é admirando o comportamento delas, achando que são bacanas?
É por isso que defendo tanto a importância do autoconhecimento. É preciso, primeiro, se conhecer para depois gostar de você mesmo. Dedicar-se a si próprio não significa o quanto de tempo tem para um lazer, um hobby, um estudo, tudo isso é consequência desse olhar para seu interior. Quando você se reconhece e se ama, presenteia-se, cuida da mente, do corpo, das emoções e do espírito de forma saudável. Faz por e para você, primeiramente, para se voltar e dar ao outro o que existe de mais precioso em você. Nas páginas a seguir, você confere uma compilação de artigos que versam sobre o autoconhecimento e a importância de desenvolvê-lo. São textos escritos por mim com base em toda a experiência, observação e conhecimento que adquiri ao longo das últimas duas décadas, período no qual tenho atuado como especialista em desenvolvimento humano. Além disso, conhecerá técnicas e ferramentas especiais que vão ajudá-lo a percorrer a bela e desafiadora trajetória que leva ao autoconhecimento.





A busca da identidade no trabalho.

Ainda assim, o autoconhecimento é, de fato, o primeiro grande passo para a construção de uma carreira sólida e promissora, e auxilia qualquer um, não apenas na vida profissional, mas também em sua conciliação com o lado pessoal, familiar e social.
A vida não é diferente. O impulso que nos faz acordar a cada dia e enfrentar nossa rotina e dificuldades é o mesmo que impele o herói ao final de sua jornada: conhecer a si mesmo. Como seres humanos, temos o potencial de conhecer e avaliar nossas pró-prias necessidades, encontrar os instrumentos que nos permitem realizar coisas e enfrentar nossos medos e receios, sabendo de nossas limitações e lançando mão de nosso potencial da melhor forma possível.
Qual é o seu perfil? Até que ponto realmente nos conhecemos? Como saber como iremos reagir a situações com as quais sequer nos deparamos ainda? Existe um modo de antecipar nossas fraquezas e fazer uso de nossos pontos mais fortes antes mesmo que surjam e se apresentem os desafios? É claro que temos uma ideia aproximada a respeito de nosso eu interior, mas muitas vezes nos mostramos para o mundo de um modo completamente diferente do que supomos. Para entender como nos portamos em relação ao mundo e aos demais, precisamos nos conhecer mais a fundo, saber prever nossas ações e reações, lidar com medos e ansiedades, maximizar potenciais e capacidades e, sobretudo, admitir e aceitar nossos pontos fracos e trabalhar na melhoria e avanço dos pontos fortes que possuímos. O estudo de seu próprio perfil, rumo ao autoconhecimento, começa com constatações básicas a respeito de seus gostos e preferências. Há pessoas, por exemplo Autoconhecimento : o fundamento para se desenvolver, que não toleram enfrentar rotinas que fujam do horário comercial, enquanto outros preferem ter um horário mais flexível e não se importam de trabalhar à noite, ou mesmo em fi nais de semana. Algumas pessoas possuem um perfil mais problemático em relação à chefia, outros precisam de ordens e regras claras para poder trabalhar e desenvolver seu potencial. Há ainda pessoas que não têm grande destaque social, mas são capazes de realizar feitos inimagináveis quando sozinhas e isoladas, outras pessoas precisam de um convívio frequente com os demais, e se veem deprimidas quando são jogadas em posições de isolamento e distância.
Todos nós somos diferentes e reagimos de modo, muitas vezes, paradoxal. Essa espécie de autoavaliação é o que permite a você, ainda na idade mais tenra, escolher não apenas a profissão que seguirá, mas também o tipo de emprego e trabalho que pretende ter, assim como definir como é a evolução ideal para sua carreira, de modo a poder fazer as escolhas certas dentre as muitas oportunidades que surgirão ao longo do caminho.

A parte mais complexa do autoconhecimento é a definição de um perfil comportamental. Somente podemos prever nossas reações quando sabemos de fato quais são as tendências de comportamento que estamos propensos a assumir, nas mais variadas condições e situações. O autoconhecimento envolve muita leitura e estudo, mas também um grande desprendimento por parte do profissional. Não há lugar para preconceitos e posições assumidas de antemão, é preciso deixar que suas características e sentimentos possam fluir livremente. 


E o amor vem?

O que você faz enquanto o amor não vem? Em algum lugar no fundo de sua mente você sabe e espera que chegue o dia em que o relacionamento que você tem agora se torne o grande amor que você sempre esperou. Ou que, um dia, apareça alguém que preencha seu desejo de amor. Porém, a pergunta permanece: o que você vai fazer nesse meio-tempo? O amor é uma coisa engraçada. Ele nos encontra nas circunstâncias mais incomuns, no momento mais improvável. O amor cai de surpresa em cima de você, joga os braços em sua volta e transforma toda a sua existência. Infelizmente, a maioria de nós não reconhece a experiência ou entende o impacto quando está acontecendo. Talvez porque o amor raramente surja nos lugares em que esperamos ou tenha a aparência que imaginamos.
 A diferença de idade é uma das principais preocupações, e pensamos que estamos prontos para o amor — e um para o outro. Pensamos que, porque queríamos e precisávamos um do outro, tudo sairia bem. Isso foi o que pensamos! 
Na realidade, ainda estamos confusos demais, carentes demais e com medo demais de não sermos bons o suficiente um para o outro. Todos os nossos "demais" eram coroados por um monte de outras questões que nós dois carregávamos — questões da infância, questões de identidade, ou qualquer outra questão que você possa imaginar. Passamos cinco anos juntos, botando nossas questões para fora — raiva, culpa, vergonha, medos relacionados ao amor e às fantasias amorosas — sem nos darmos conta do que estava acontecendo. Finalmente, essas questões caíram em cima de nossas cabeças. Estamos em pleno processo de aprendizagem. É isso o que normalmente acontece no processo de aprendizagem. Nele você terá uma série de experiências que podem ser dolorosas e avassaladoras, mas que acontecem para ajudar você a eliminar as falsas necessidades e tudo o que nos atrapalha no caminho em busca do amor. Livrar-se das coisas antigas é um trabalho pesado. É como a grande faxina, quando você tem que esvaziar os armários, organizar a bagunça, jogar coisas fora e arrumar a casa toda. No processo de aprendizagem, limpar, eliminar e descartar podem parecer desonestidade, infidelidade e traição às nossas coisas antigas. Não são! O que nos impede de ter uma experiência amorosa verdadeira e honesta são todas essas coisas às quais nos agarramos.Conforme o tempo for passando, você irá descobrindo respostas. Acreditando que cada uma é a resposta certa, irá incorporar comportamentos e crenças novas à sua vida. Quando algumas dessas crenças e comportamentos se mostrarem também um pouco fora do rumo, você irá encontrar novas crenças, parâmetros e condições para ajustar ao processo de dar e receber amor. Pode parecer cansativo e muitas vezes você vai sentir medo, desânimo e até raiva! Mas não há outro jeito, é esse o caminho para chegar à verdade sobre o amor que você deseja tão desesperadamente. A verdade é que o amor está dentro de você e que nenhum relacionamento com alguém pode desenterrá-lo e ativá-lo na sua vida.





Seja Lider!

LIDERANÇA E ESTRATÉGIA SÃO INSEPARÁVEIS

Muitos líderes não compreendem a ligação íntima e contínua entre liderança e estratégia. Esses dois aspectos, que fazem parte do trabalho dos líderes, já foram conectados, mas agora são vistos de forma separada. Hoje são os especialistas que aparecem para ajudar os administradores a analisar os negócios e a posicionar as empresas de forma a conquistar vantagens competitivas. A estratégia se tornou um trabalho de experts, um item confinado ao processo de planejamento anual. Nessa visão, uma vez que uma estratégia é identificada e os passos seguintes são definidos, o trabalho do estrategista chega ao fim. Tudo o que resta é a implementação do plano e a manutenção da vantagem competitiva sustentável que ele gerou. Ou pelo menos essa é a visão otimista do processo. Se as coisas fossem assim, o processo de bolar uma estratégia seria facilmente separável do dia a dia do administrador da empresa. Tudo o que um líder teria que fazer seria descobrir essa estratégia, ou contratar uma consultoria que o fizesse, e se assegurar de que se trata de um plano brilhante. O estrategista não precisaria se preocupar com a maneira como a organização passa de um estágio para outro – o grande desafio da execução – ou como capitalizar em cima do conhecimento adquirido nessa etapa.
Mas as coisas não são assim. O que foi esquecido é que a estratégia não é um destino nem uma solução. Não é um problema a ser resolvido. É uma jornada, e precisa de liderança permanente. Precisa de um estrategista.
Boas estratégias nunca são estáticas – assinadas, seladas e entregues. Por mais que tenham sido bem-concebidas ou bem- -executadas, qualquer estratégia colocada em prática por uma empresa hoje vai falhar em algum momento se a liderança a encarar como um produto finalizado. Sempre haverá aspectos do plano que precisam ser esclarecidos; incontáveis contingências, boas e ruins, que não podiam ser completamente antecipadas; e oportunidades para capitalizar o aprendizado que o negócio proporcionou ao longo do caminho. O estrategista é a pessoa que deve orientar esse processo contínuo, que deve observar, identificar, avaliar e decidir vezes sem conta. O estrategista é a pessoa que precisa declinar certas oportunidades e perseguir outras. Consultores e especialistas podem ajudar, assim como informações e pontos de vista de pessoas de todas as esferas da organização. Mas, no final das contas, é o estrategista que tem a responsabilidade de acertar a direção e fazer as escolhas diárias que irão aprimorá-la continuamente. É por isso que estratégia e liderança devem estar conectadas no mais alto posto da empresa. Todos os líderes – e não apenas os que estão reunidos no programa – precisam aceitar a estratégia como o centro de suas responsabilidades.