domingo, 4 de junho de 2017

O que é distimia?

A distimia é uma forma de depressão crônica, não-episódica, de sintomatologia menos intensa do que as chamadas depressões maiores. O padrão básico desses pacientes é um baixo grau de sintomas, os quais aparecem insidiosamente, na maioria dos casos antes dos 25 anos. Apesar dos sintomas mais brandos, a cronicidade e a ausência do reconhecimento da doença fazem com que o prejuízo à qualidade de vida dos pacientes seja considerado maior do que nos demais tipos de depressão. Os pacientes com transtorno distímico freqüentemente são sarcásticos, niilistas, rabugentos, exigentes e queixosos. Eles podem ser tensos, rígidos e resistentes às intervenções terapêuticas, embora compareçam regularmente às consultas.  Distimia: características históricas e nosológicas e sua relação com transtorno depressivo maior disso, o médico pode sentir-se irritado com o paciente e até mesmo desconsiderar suas queixas . Apesar de o transtorno cursar com um funcionamento social relativamente estável, essa estabilidade é relativa, visto que muitos desses pacientes investem a energia que têm no trabalho, nada sobrando para o prazer e para as atividades familiares e sociais, o que acarreta atrito conjugal característico. Em termos evolucionários, a distimia poderia ser um subtipo adaptativo de humor que se desenvolveu para enfrentar estados de estresse ou carências 9. Assim, certas características de humor deprimido poderiam conferir vantagens evolucionárias em condições específicas (onde a falta de ação e iniciativa seriam mais apropriadas para evitar risco à vida) 10, sendo benéficas em certas subpopulações e ambientes, selecionando-os com o passar do tempo. Como uma condição mal-adaptativa, a distimia se manifesta clinicamente como um afastamento da rotina de atividades diárias ao invés de enfrentá-las. Diferenças de gênero – dominância feminina – em distimia e depressão também podem ter uma razão evolucionária.
O transtorno distímico é uma importante causa de morbidade, muito prevalente em nosso meio e que aumenta os custos financeiros e a utilização do sistema de saúde. O conceito de distimia, originalmente abrangente e inespecífico, vem sofrendo muitas modificações ao longo do tempo, e hoje é incluído dentre os transtornos do humor, no espectro das depressões crônicas. Essa nova classificação nosológica representou um importante passo para uma melhor compreensão da entidade, assim como para uma abordagem farmacológica no seu tratamento. A relação entre a distimia e os demais transtornos de humor, particularmente o TDM, é hoje objeto de muitos estudos e controvérsias. Os estudos atuais ainda são metodologicamente limitados, fruto também da falta de padronização na descrição do transtorno. Dada a sua importância, novos estudos, com metodologias criteriosas e amostras consideráveis, devem ser estimulados, para que possamos entender e tratar melhor esse transtorno.

Tratamento:

A evidência disponível no momento envolve um bom número de pacientes, é de boa qualidade e indica que pacientes portadores de depressão crônica, tradicionalmente considerados resistentes às abordagens terapêuticas, podem se beneficiar com o uso de antidepressivos a curto prazo e a um custo relativamente baixo.




Amor versus Vicio

Amor (sistema aberto)

Espaço para crescer, expandir-se, desejo que o outro cresça.
Interesses distintos; outros amigos; manutenção de outras amizades significativas.
Encorajamento de cada um para o crescimento do outro; segurança quanto ao próprio valor.
Confiança; abertura.
Integridade mutua preservada.
Desejo de arriscar e ser real.
Espaço para a exploração de sentimentos dentro do relacionamento.
Capacidade de gostar de star sozinho.


Vicio (sistema fechado)
Dependente, baseado na segurança e no conforto; usa a intensidade da carência e da paixão como prova de amor (pode na realidade ser medo, insegurança, solidão).
Total envolvimento; vida social limitada; negligenciamos antigos amigos e interesses.
Preocupação com o comportamento do outro; dependência da aprovação do outro para estabelecer a própria identidade e o próprio valor.
Ciume, possessividade, medo de competição, "suprimentos de proteção."
As  necessidades de um são suprimidas em função das do outro; autoprivação.
Busca da invulnerabilidade total - elimina possíveis riscos.
Reafirmação a traves de atividades repetidas e ritualizadas.
Intolerância - incapaz de suportar separações (mesmo quando em conflito); aprende-se cada vez mais. Carências - perda de apetite, insonia, agonia letárgica e de desorientada.

(Extraído do livro: Codependência nunca mais; autora: Melody Beattie, editora BestSeller, 2016).