sábado, 18 de agosto de 2018

Estresse ocupacional: como está nos dias de hoje!

Estresse ocupacional :
O conjunto e a divisão de tarefas que compõem a carga de trabalho do profissional estão associados a importantes estressores laborais, os quais podem sofrer agravos significativos em razão de condições precárias de organização do trabalho, que vão desde a baixa valorização e remuneração, descompasso entre tarefas prescritas e realizadas, até a escassez severa de recursos e problemas de infraestrutura.  o estresse ocupacional refere‑se aos estímulos do ambiente de trabalho que exigem resposta. A caracterização de um fenômeno de estresse depende da percepção do indivíduo em avaliar os eventos como estressores, portanto o cognitivo tem papel importante no processo que ocorre entre os estímulos potencialmente estressores e as respostas do indivíduo a eles. O termo estressor ocupacional designa estímulos que são gerados no trabalho e têm consequências físicas ou psicológicas negativas para um maior número de indivíduos expostos a eles. Consideram‑se agentes estressores os fatores extraorganizacionais e organizacionais, individuais e de grupo.
Para a abordagem do estresse ocupacional, são consideradas as vertentes biológica, psicológica e sociológica, que, apesar de distintas, são complementares e estão interligadas. Na biológica, o estresse é caracterizado, essencialmente, pelo grau de desgaste do corpo. Os processos afetivos, emocionais e intelectuais do indivíduo correspondem à abordagem psicológica, ou seja, é a maneira pela qual este se relaciona com as outras pessoas e com o mundo ao seu redor. Em adição, a sociológica refere‑se à compreensão das variáveis que se estabelecem no contexto da sociedade. O diagnóstico dos sinais e sintomas do estresse ocupacional é essencialmente clínico, baseado nos rastreamentos individual e do risco nas situações de trabalho
Síndrome de Burnout Apontada como um fenômeno em expansão na atualidade, a síndrome de Burnout (SB), também conhecida como esgotamento profissional no Brasil, tem recebido diferentes denominações. A definição mais amplamente aceita é baseada na perspectiva psicossocial que busca identificar as condições no ambiente de trabalho que conduzem ao Burnout e os sintomas específicos que caracterizam a síndrome. É considerada como uma resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho, sendo classificada como exaustão emocional, despersonalização e ineficácia. Manifesta‑se basicamente por sintomas de fadiga persistente, falta de energia, adoção de condutas de distanciamento afetivo, insensibilidade, indiferença ou irritabilidade relacionadas ao trabalho, além de sentimentos de ineficiência e baixa realização pessoal
o Burnout é desenvolvido por meio das fases de:
 • idealismo: o trabalho é interessante e preenche as necessidades do indivíduo;
 • realismo: as expectativas iniciais não foram supridas, o trabalho não satisfaz as necessidades, as recompensas e o reconhecimento são escassos; 
• estagnação e frustação: o entusiasmo e a energia iniciais se transformam em fadiga crônica e irritabilidade; e
 • apatia: a pessoa tem a sensação de desespero, fracasso e perda da autoestima e autoconfiança.
O diagnóstico da síndrome é complexo, pois seus efeitos apresentam consequências variáveis em termos psicológicos, implicações físicas e alteração de conduta. No plano das implicações psíquicas, o indivíduo acometido descompensa‑se, responde de modo inadequado à tensão e aos estímulos do ambiente de trabalho, perde o eixo, encontra dificuldade de aprendizagem, tem insônia, pesadelos, impotência e apatia, extingue laços afetivos e evita restabelecer novos vínculos, isola‑se, afasta‑se dos familiares, e demonstra desinteresse pelo emprego. A diferença entre estresse e síndrome de Burnout reside no fato de que no estresse são observados pontos positivos e negativos, além da predominância de sintomas físicos com emoções exageradas. Em contrapartida, no Burnout, são marcantes apenas os aspectos negativos (distresse). Existem alguns tipos de atividades cujos profissionais são mais propensos a desenvolverem o desgaste emocional.  A síndrome de Burnout acomete, principalmente, profissionais que prestam assistência ou são responsáveis pelo desenvolvimento ou cuidado de outros. Essa síndrome foi reconhecida como risco ocupacional para profissões que envolvem cuidados com saúde, educação e serviços humanos.
Prevenção e enfrentamento do estresse ocupacional O estresse ocupacional afeta o indivíduo, a prestação de serviço e a qualidade dele, sendo necessário o trabalho preventivo. A prevenção é de fundamental importância porque enfatiza a dimensão humana e sinaliza os cuidados quanto ao respeito à saúde do trabalhador. O enfrentamento do estresse tem como objetivo principal minimizar ou moderar os efeitos sobre o bem‑estar emocional e físico do indivíduo. Algumas estratégias aliviam temporariamente e podem ser mal adaptativas em longo prazo. Outras são ineficazes, pois o estressor não é eliminado e sua recorrência não pode ser impedida. Entretanto, estratégias com foco na emoção e no problema são mais efetivas, pois o indivíduo lida diretamente com o estressor, reduzindo as demandas deste.
Qualidade de vida no trabalho A qualidade de vida no trabalho (QVT) tem recebido diferentes denominações, entretanto existe um consenso de que uma maior humanização, aumento do bem‑estar do trabalhador e maior participação dele nas decisões e nos problemas da empresa relacionam‑se diretamente com a qualidade de vida. A QVT envolve fatores intrínsecos e extrínsecos do cargo, afetando tanto as atitudes pessoais quanto as comportamentais, com relevância na produtividade individual e coletiva. Entende‑se que motivação, adaptabilidade, criatividade e vontade de inovação ou de aceitar mudanças estão diretamente ligadas à QVT, tendo representativa influência na produtividade e lucratividade das organizações. Os fatores organizacionais que mais afetam a QVT são a sobrecarga no trabalho, falta de estímulos e de perspectivas, ruídos, alteração do sono, necessidade de mudanças e ergonomia. Nesse contexto, salienta‑se a importância da implantação de programas de qualidade de vida no ambiente de trabalho. Um dos obstáculos para a implementação de tais programas é que alguns gestores os consideram um aumento nos custos, e não investimento intelectual e profissional. Torna‑se imprescindível estimular o envolvimento e o comprometimento do trabalhador, e essa é uma ideia que deve ser praticada pelos gestores das organizações. Envolver os indivíduos na estruturação de suas funções e fornecer a capacitação e as ferramentas necessárias para um desempenho eficiente é uma opção válida para a melhoria da qualidade e da produtividade no trabalho a ser desenvolvido.O estresse ocupacional vem sendo considerado um problema generalizado afetando os trabalhadores, a organização e a sociedade como um todo. 
Conclusão:
Estresse ocupacional capaz de desencadear uma enfermidade orgânica ou provocar uma disfunção significativa na vida do indivíduo. Para que isso ocorra, é necessário que outras condições estejam presentes, como a vulnerabilidade orgânica ou uma forma inadequada de avaliar e enfrentar a situação estressante. As estratégias para o tratamento devem ser iniciadas quando se reconhece que as pressões na vida individual atingiram um ponto tal que estão causando problemas físicos, psicológicos e de comportamento. 
Acredita‑se que para preservar a saúde mental e física, bem como a qualidade de vida, é necessário que o profissional esteja inserido não só no universo de seu trabalho mas também no mundo exterior que o beneficia interiormente, visto que este conjunto complementa‑se para que o indivíduo permaneça em equilíbrio e obtenha a satisfação no seu cotidiano. A aptidão de criar e manter um ambiente com presença reduzida de estressores organizacionais é uma exigência crescente, e todo empregador deve estar capacitado para gerir e reduzir o próprio estresse, bem como para auxiliar na diminuição das tensões de seus empregados.






Comunicação assertiva: o que é isso?, por que é importante?

O comportamento assertivo pode ser definido como aquele que envolve a expressão direta, pela pessoa, das suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões sem que, ao fazê-lo, ela experiencie ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para o interlocutor. É, por outras palavras, aquele que permite defender os próprios direitos sem violar os direitos dos outros. 
Exemplos Auto-afirmação - 

  • Capacidade de defender direitos legítimos -
  • Capacidade de expressar opiniões pessoais - 
  • Capacidade de fazer e recusar pedidos Expressar sentimentos positivos - 
  • Capacidade de fazer e receber elogios - 
  • Capacidade de expressar afetos positivos - 
  • Capacidade de iniciar e manter conversas Expressar sentimentos negativos - 
  • Capacidade de expressar afetos negativos legítimos

Comportamento Não Assertivo Comportamento Passivo É aquele em que a pessoa falha na expressão das suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões. Na medida em que a pessoa que tem este comportamento é a primeira a violar os seus próprios direitos, acaba por dar ao outro a permissão para, também ele, o fazer. Exemplos -aceder a realizar atividades que não lhe interessam só porque isto lhe foi solicitado -não pedir um favor que é legítimo e do qual se necessita -não manifestar desacordo perante algo com que não se concorda Comportamento Agressivo É aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões, mas de uma forma que é hostil, exigente, ameaçadora ou punitiva para com o interlocutor. A pessoa que tem este comportamento defende os seus direitos, mas fá-lo à custa da violação dos do outro. Exemplos Direto Indireto Verbal Comentários hostis e humilhantes, insultos, ameaças Sarcasmo, comentários maliciosos, «intriguinhas» Não verbal Gestos hostis e ameaçadores, violência física Gestos hostis e depreciativos quando a atenção do interlocutor está orientada para outro lado

Comportamento Manipulativo É aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões de uma forma implícita ou indireta, frequentemente com «mensagens mistas», em que há contradições no conteúdo ou entre o conteúdo e o comportamento não verbal. É o caso de mensagens cujo objectivo é levar o interlocutor a adivinhar o que quer dizer ou a sentir-se tão mal ou responsável pela pessoa que fará o que ela quer, ainda que contra a sua vontade. A pessoa que tem este comportamento procura a satisfação das suas necessidades violando os direitos dos outros, mas fá-lo de forma indireta. 


A assertividade varia conforme as pessoas e as situações Um aspecto que é importante ter em conta é que NINGUÉM é 100% assertivo com todas as pessoas e em todas as situações. Para cada pessoa, a facilidade que tem em comportar-se de forma assertiva depende muito da pessoa a quem esse comportamento se dirige (pais, professores, amigos, namorado/a, crianças, etc) e da situação em que se encontra (auto-afirmação, expressão de sentimentos positivos, expressão de sentimentos negativos, etc). Quando muito, pode-se dizer que a pessoa assertiva é capaz de se comportar com assertividade com muitas pessoas e em muitas situações. 

O que é que ganharia em me comportar de forma mais assertiva? 
A assertividade é uma escolha. Da mesma forma que determinada pessoa aprendeu a comporta-se de forma não assertiva, pode aprender um conjunto de competências que lhe permitam comportar-se com maior assertividade. Que vantagens tem em fazê-lo? A resposta a esta questão pode ser dada, em primeiro lugar, pela análise das consequências de cada tipo de comportamento. É importante não esquecer que os comportamentos que temos não ocorrem num vácuo – eles repercutem sobre a pessoa que os tem e sobre aquele que os recebe, quer de forma imediata, quer a longo prazo. O que acontece é que, ainda que os comportamentos não assertivos tenham, a curto-prazo, algumas consequências positivas para o próprio (que é, aliás, o que  explica que se mantenham), as suas consequências são, num balanço global, negativas; os comportamentos assertivos são, por outro lado, quase universalmente vantajosos. Se ainda não estás convencido, tem em atenção o seguinte: a assertividade, depois de aprendida, poderá vir a ser mais uma ferramenta, de entre o conjunto de que já dispões. Nada te obriga a utilizá-la, mas caso ela se venha a revelar necessária, é bom saber que lá está.

Como posso fazê-lo? 
Conhecimento dos próprios direitos A primeira mudança é interna, e passa por adquirir conhecimento dos direitos que te assistem (e, igualmente, a cada uma das pessoas que te rodeiam). Uma amostra destes direitos poderá ser a seguinte: - Eu tenho o direito de ser respeitado e tratado de igual para igual, qualquer que seja o papel que desempenho ou o meu estatuto social - Eu tenho o direito de manter os meus próprios valores, desde que eles respeitem os direitos dos outros - Eu tenho o direito de expressar os meus sentimentos e opiniões. - Eu tenho o direito de expressar as minhas necessidades e de pedir o que quero - Eu tenho o direito de dizer não sem me sentir culpado por isso - Eu tenho o direito de pedir ajuda e de escolher se quero prestar ajuda a alguém - Eu tenho o direito de me sentir bem comigo próprio sem sentir necessidade de me justificar perante os outros - Eu tenho o direito de mudar de opinião - Eu tenho o direito de pensar antes de agir ou de tomar uma decisão - Eu tenho o direito de dizer «eu não estou a perceber» e pedir que me esclareçam ou ajudem - Eu tenho o direito de cometer erros sem me sentir culpado - Eu tenho o direito de fixar os meus próprios objetivos de vida e lutar para que as minhas expectativas sejam realizadas, desde que respeite os direitos dos outros.





sábado, 21 de julho de 2018

Equilibrio do trabalho e a vida pessoal

O interesse pelo modo como se articulam papéis profissionais e familiares surge como consequência das transformações no mercado de trabalho que vieram não só alargar a tipologia de profissões que podem ser desempenhadas por homens e por mulheres como colocaram, progressivamente, novas  exigências para o exercício da atividade profissional que se prendem, entre outros, com níveis da formação mais elevados, necessidades de atualização profissional constante, horários alargados, para mencionar apenas algumas. O aumento de oportunidades de emprego, sobretudo para as mulheres, a par das crescentes exigências econômicas para a manutenção da família levou também a uma reconfiguração da família passando-se de um modelo familiar de elemento masculino como sustentador econômico único da família para um modelo em que ambos os elementos do casal contribuem para a economia familiar – as chamadas famílias de duplo-emprego –. O modelo familiar em que o rendimento provém do exercício de uma atividade profissional, por parte dos dois elementos do casal torna-se, assim, nas sociedades ocidentais, o modelo dominante. Esta nova configuração familiar levou os cientistas sociais a preocuparem-se com as possíveis consequências da competição, especialmente para as mulheres, entre o exercício de uma atividade profissional e a organização da vida familiar, sobretudo ao nível dos cuidados com o lar e mais concretamente na execução das tarefas domésticas e o cuidado com os filhos. O estudo das relações entre os papéis profissionais e familiares passa, deste modo a ser objeto de estudo surgindo pela primeira vez na literatura científica, por volta dos anos 60. Nestes estudos, que posteriormente foram designados por “estudos sobre famílias de duplo-emprego e dupla-carreira”, a temática central prendia-se com a análise do conflito entre o trabalho e a vida pessoal em casais britânicos. Na época, o trabalho e a família eram encarados como domínios separados, existindo apenas uma ligação conceitual entre estas duas áreas de vida dos indivíduos. O modelo familiar de famílias de duplo rendimento levou os cientistas sociais, numa primeira fase, a preocuparem-se com as possíveis consequências negativas da competição, sobretudo para as mulheres, da atividade profissional com a organização da vida familiar, tanto ao nível da execução das tarefas domésticas como do cuidado com os filhos. Este é, na verdade o objeto de estudo das primeiras investigações realizadas neste âmbito onde se destacam as repercussões negativas do conflito entre papéis familiares e profissionais, com especial incidência para o conflito de papéis sentido pelas mulheres. Posteriormente, os estudos apontaram para a necessidade de se considerar que os domínios profissionais e familiares são interdependentes e estão sob a influência dos papéis de gênero, dado que estes definem a divisão de papéis, tanto na família como no trabalho. Nesta linha, surge uma nova vaga de estudos que se centra na identificação das influências culturais que orientam tanto a vida familiar como os contextos de trabalho e que tipificam as relações entre estes dois contextos de vida. De um modo geral, estes estudos confirmam a influência dos estereótipos de gênero tanto ao nível dos contextos profissionais, como no domínio familiar onde a persistência, mais ou menos generalizada, de modelos culturais que identificam a mulher com o seu papel na família e no lar acabam por gerar assimetrias na participação de homens e mulheres na vida familiar e tendem a sobrecarregar estas últimas, sobretudo em virtude da acumulação dos papéis profissionais e familiares. A análise dos efeitos nefastos decorrentes das dificuldades de conciliar, de forma adequada, o trabalho com a vida familiar reportam-se a um conjunto de consequências que potenciam, também, um olhar sobre o modo como os contextos laborais podem promover as boas relações trabalho-família. As consequências são também identificadas pela literatura que destaca não só os benefícios como as implicações positivas para o desenvolvimento de políticas sociais e organizacionais mais adaptadas e ajustadas às novas configurações familiares e às exigências do mercado de trabalho em constante mutação. Apesar da já longa tradição enquanto objeto de estudo das ciências sociais e humanas as relações entre trabalho e vida familiar permanecem com uma centralidade única no âmbito acadêmico mas também político e social.






quinta-feira, 5 de julho de 2018

Volte para você!

Quando pergunto às pessoas sobre como têm se dedicado a si próprias, elas logo pensam no fator tempo; é um raciocínio automático que faz parte da nossa cultura. Mas, na verdade, o tempo é apenas um aspecto a ser somado. 
Dedicar-se a você está ligado diretamente a “como” está se alimentando em todas as áreas da sua vida. 
Da mesma forma que você precisa comer com critérios de qualidade e quantidade para se manter vivo, necessita também de critérios para se preencher. O que alimenta você emocionalmente? É importante que seja algo gostoso e saudável. 
O que o alimenta intelectualmente? Do que você gosta? Gosta de ler? Que tipo de livros? De ir ao cinema, ao teatro? Gosta de jogar videogames? O que faz sua cabeça ficar esperta, ou seja, obter prazer e estar motivada? Como alimenta seus relacionamentos? Que tipo de comida vai dar a eles? Tudo aquilo que der equivale à qualidade do relacionamento que terá. É muito comum encontrar pessoas que ficam sentadas esperando que os outros as amem, respeitem, considerem e, para isso, usam alguns recursos: compram presentes, são boazinhas, mandam cartões, lembram do aniversário. Tem também aqueles que, quando obtêm sucesso profissional, por exemplo, correm para contar a todos porque necessitam do reconhecimento. Alimentar-se significa fazer tudo isso, mas, antes, para si mesmo.Você quer reconhecimento dos outros? Comece a se reconhecer. Você quer o amor dos outros? Comece a se amar. Isso, para mim, é cuidar de si. É perceber: “o que eu desejo dos outros? O que é necessário para eu ser feliz?”. Hipoteticamente, imagine o que deveria acontecer para você ser bem feliz e pergunte-se: o que você está fazendo para que isso aconteça? 
Saiba que tudo se realiza, inicialmente, dentro de nós. Então, primeiro eu preciso ser rica dentro de mim, primeiro preciso ser amorosa dentro de mim, ser reconhecida dentro de mim, respeitosa dentro de mim… Tudo isso é alimento. É o que estou colocando dentro de mim para ser a usina geradora da minha própria felicidade. O que eu gerar é o que eu vou atrair. Assim, se você tem amor por si, atrairá o amor. Aliás, como é mesmo que se desenvolve amor por si? Olhe como é que você desenvolve amor pelas pessoas. Não é prestando atenção a elas, vendo o que fazem e que você gosta, tudo o que lhe faz bem? Não é admirando o comportamento delas, achando que são bacanas?
É por isso que defendo tanto a importância do autoconhecimento. É preciso, primeiro, se conhecer para depois gostar de você mesmo. Dedicar-se a si próprio não significa o quanto de tempo tem para um lazer, um hobby, um estudo, tudo isso é consequência desse olhar para seu interior. Quando você se reconhece e se ama, presenteia-se, cuida da mente, do corpo, das emoções e do espírito de forma saudável. Faz por e para você, primeiramente, para se voltar e dar ao outro o que existe de mais precioso em você. Nas páginas a seguir, você confere uma compilação de artigos que versam sobre o autoconhecimento e a importância de desenvolvê-lo. São textos escritos por mim com base em toda a experiência, observação e conhecimento que adquiri ao longo das últimas duas décadas, período no qual tenho atuado como especialista em desenvolvimento humano. Além disso, conhecerá técnicas e ferramentas especiais que vão ajudá-lo a percorrer a bela e desafiadora trajetória que leva ao autoconhecimento.





A busca da identidade no trabalho.

Ainda assim, o autoconhecimento é, de fato, o primeiro grande passo para a construção de uma carreira sólida e promissora, e auxilia qualquer um, não apenas na vida profissional, mas também em sua conciliação com o lado pessoal, familiar e social.
A vida não é diferente. O impulso que nos faz acordar a cada dia e enfrentar nossa rotina e dificuldades é o mesmo que impele o herói ao final de sua jornada: conhecer a si mesmo. Como seres humanos, temos o potencial de conhecer e avaliar nossas pró-prias necessidades, encontrar os instrumentos que nos permitem realizar coisas e enfrentar nossos medos e receios, sabendo de nossas limitações e lançando mão de nosso potencial da melhor forma possível.
Qual é o seu perfil? Até que ponto realmente nos conhecemos? Como saber como iremos reagir a situações com as quais sequer nos deparamos ainda? Existe um modo de antecipar nossas fraquezas e fazer uso de nossos pontos mais fortes antes mesmo que surjam e se apresentem os desafios? É claro que temos uma ideia aproximada a respeito de nosso eu interior, mas muitas vezes nos mostramos para o mundo de um modo completamente diferente do que supomos. Para entender como nos portamos em relação ao mundo e aos demais, precisamos nos conhecer mais a fundo, saber prever nossas ações e reações, lidar com medos e ansiedades, maximizar potenciais e capacidades e, sobretudo, admitir e aceitar nossos pontos fracos e trabalhar na melhoria e avanço dos pontos fortes que possuímos. O estudo de seu próprio perfil, rumo ao autoconhecimento, começa com constatações básicas a respeito de seus gostos e preferências. Há pessoas, por exemplo Autoconhecimento : o fundamento para se desenvolver, que não toleram enfrentar rotinas que fujam do horário comercial, enquanto outros preferem ter um horário mais flexível e não se importam de trabalhar à noite, ou mesmo em fi nais de semana. Algumas pessoas possuem um perfil mais problemático em relação à chefia, outros precisam de ordens e regras claras para poder trabalhar e desenvolver seu potencial. Há ainda pessoas que não têm grande destaque social, mas são capazes de realizar feitos inimagináveis quando sozinhas e isoladas, outras pessoas precisam de um convívio frequente com os demais, e se veem deprimidas quando são jogadas em posições de isolamento e distância.
Todos nós somos diferentes e reagimos de modo, muitas vezes, paradoxal. Essa espécie de autoavaliação é o que permite a você, ainda na idade mais tenra, escolher não apenas a profissão que seguirá, mas também o tipo de emprego e trabalho que pretende ter, assim como definir como é a evolução ideal para sua carreira, de modo a poder fazer as escolhas certas dentre as muitas oportunidades que surgirão ao longo do caminho.

A parte mais complexa do autoconhecimento é a definição de um perfil comportamental. Somente podemos prever nossas reações quando sabemos de fato quais são as tendências de comportamento que estamos propensos a assumir, nas mais variadas condições e situações. O autoconhecimento envolve muita leitura e estudo, mas também um grande desprendimento por parte do profissional. Não há lugar para preconceitos e posições assumidas de antemão, é preciso deixar que suas características e sentimentos possam fluir livremente. 


E o amor vem?

O que você faz enquanto o amor não vem? Em algum lugar no fundo de sua mente você sabe e espera que chegue o dia em que o relacionamento que você tem agora se torne o grande amor que você sempre esperou. Ou que, um dia, apareça alguém que preencha seu desejo de amor. Porém, a pergunta permanece: o que você vai fazer nesse meio-tempo? O amor é uma coisa engraçada. Ele nos encontra nas circunstâncias mais incomuns, no momento mais improvável. O amor cai de surpresa em cima de você, joga os braços em sua volta e transforma toda a sua existência. Infelizmente, a maioria de nós não reconhece a experiência ou entende o impacto quando está acontecendo. Talvez porque o amor raramente surja nos lugares em que esperamos ou tenha a aparência que imaginamos.
 A diferença de idade é uma das principais preocupações, e pensamos que estamos prontos para o amor — e um para o outro. Pensamos que, porque queríamos e precisávamos um do outro, tudo sairia bem. Isso foi o que pensamos! 
Na realidade, ainda estamos confusos demais, carentes demais e com medo demais de não sermos bons o suficiente um para o outro. Todos os nossos "demais" eram coroados por um monte de outras questões que nós dois carregávamos — questões da infância, questões de identidade, ou qualquer outra questão que você possa imaginar. Passamos cinco anos juntos, botando nossas questões para fora — raiva, culpa, vergonha, medos relacionados ao amor e às fantasias amorosas — sem nos darmos conta do que estava acontecendo. Finalmente, essas questões caíram em cima de nossas cabeças. Estamos em pleno processo de aprendizagem. É isso o que normalmente acontece no processo de aprendizagem. Nele você terá uma série de experiências que podem ser dolorosas e avassaladoras, mas que acontecem para ajudar você a eliminar as falsas necessidades e tudo o que nos atrapalha no caminho em busca do amor. Livrar-se das coisas antigas é um trabalho pesado. É como a grande faxina, quando você tem que esvaziar os armários, organizar a bagunça, jogar coisas fora e arrumar a casa toda. No processo de aprendizagem, limpar, eliminar e descartar podem parecer desonestidade, infidelidade e traição às nossas coisas antigas. Não são! O que nos impede de ter uma experiência amorosa verdadeira e honesta são todas essas coisas às quais nos agarramos.Conforme o tempo for passando, você irá descobrindo respostas. Acreditando que cada uma é a resposta certa, irá incorporar comportamentos e crenças novas à sua vida. Quando algumas dessas crenças e comportamentos se mostrarem também um pouco fora do rumo, você irá encontrar novas crenças, parâmetros e condições para ajustar ao processo de dar e receber amor. Pode parecer cansativo e muitas vezes você vai sentir medo, desânimo e até raiva! Mas não há outro jeito, é esse o caminho para chegar à verdade sobre o amor que você deseja tão desesperadamente. A verdade é que o amor está dentro de você e que nenhum relacionamento com alguém pode desenterrá-lo e ativá-lo na sua vida.





Seja Lider!

LIDERANÇA E ESTRATÉGIA SÃO INSEPARÁVEIS

Muitos líderes não compreendem a ligação íntima e contínua entre liderança e estratégia. Esses dois aspectos, que fazem parte do trabalho dos líderes, já foram conectados, mas agora são vistos de forma separada. Hoje são os especialistas que aparecem para ajudar os administradores a analisar os negócios e a posicionar as empresas de forma a conquistar vantagens competitivas. A estratégia se tornou um trabalho de experts, um item confinado ao processo de planejamento anual. Nessa visão, uma vez que uma estratégia é identificada e os passos seguintes são definidos, o trabalho do estrategista chega ao fim. Tudo o que resta é a implementação do plano e a manutenção da vantagem competitiva sustentável que ele gerou. Ou pelo menos essa é a visão otimista do processo. Se as coisas fossem assim, o processo de bolar uma estratégia seria facilmente separável do dia a dia do administrador da empresa. Tudo o que um líder teria que fazer seria descobrir essa estratégia, ou contratar uma consultoria que o fizesse, e se assegurar de que se trata de um plano brilhante. O estrategista não precisaria se preocupar com a maneira como a organização passa de um estágio para outro – o grande desafio da execução – ou como capitalizar em cima do conhecimento adquirido nessa etapa.
Mas as coisas não são assim. O que foi esquecido é que a estratégia não é um destino nem uma solução. Não é um problema a ser resolvido. É uma jornada, e precisa de liderança permanente. Precisa de um estrategista.
Boas estratégias nunca são estáticas – assinadas, seladas e entregues. Por mais que tenham sido bem-concebidas ou bem- -executadas, qualquer estratégia colocada em prática por uma empresa hoje vai falhar em algum momento se a liderança a encarar como um produto finalizado. Sempre haverá aspectos do plano que precisam ser esclarecidos; incontáveis contingências, boas e ruins, que não podiam ser completamente antecipadas; e oportunidades para capitalizar o aprendizado que o negócio proporcionou ao longo do caminho. O estrategista é a pessoa que deve orientar esse processo contínuo, que deve observar, identificar, avaliar e decidir vezes sem conta. O estrategista é a pessoa que precisa declinar certas oportunidades e perseguir outras. Consultores e especialistas podem ajudar, assim como informações e pontos de vista de pessoas de todas as esferas da organização. Mas, no final das contas, é o estrategista que tem a responsabilidade de acertar a direção e fazer as escolhas diárias que irão aprimorá-la continuamente. É por isso que estratégia e liderança devem estar conectadas no mais alto posto da empresa. Todos os líderes – e não apenas os que estão reunidos no programa – precisam aceitar a estratégia como o centro de suas responsabilidades.