O comportamento assertivo pode ser definido como aquele que envolve a expressão direta, pela
pessoa, das suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões sem que, ao fazê-lo, ela
experiencie ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para o interlocutor. É, por outras
palavras, aquele que permite defender os próprios direitos sem violar os direitos dos outros.
Exemplos
Auto-afirmação -
- Capacidade de defender direitos legítimos -
- Capacidade de expressar opiniões pessoais -
- Capacidade de fazer e recusar pedidos Expressar sentimentos positivos -
- Capacidade de fazer e receber elogios -
- Capacidade de expressar afetos positivos -
- Capacidade de iniciar e manter conversas Expressar sentimentos negativos -
- Capacidade de expressar afetos negativos legítimos
Comportamento Não Assertivo
Comportamento Passivo
É aquele em que a pessoa falha na expressão das suas necessidades ou preferências, emoções e
opiniões. Na medida em que a pessoa que tem este comportamento é a primeira a violar os seus
próprios direitos, acaba por dar ao outro a permissão para, também ele, o fazer.
Exemplos
-aceder a realizar atividades que não lhe interessam só porque isto lhe foi solicitado
-não pedir um favor que é legítimo e do qual se necessita
-não manifestar desacordo perante algo com que não se concorda
Comportamento Agressivo
É aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões,
mas de uma forma que é hostil, exigente, ameaçadora ou punitiva para com o interlocutor. A pessoa
que tem este comportamento defende os seus direitos, mas fá-lo à custa da violação dos do outro.
Exemplos
Direto Indireto
Verbal Comentários hostis e humilhantes, insultos,
ameaças
Sarcasmo, comentários maliciosos,
«intriguinhas»
Não verbal Gestos hostis e ameaçadores, violência física Gestos hostis e depreciativos quando a
atenção do interlocutor está orientada para outro lado
Comportamento Manipulativo
É aquele em que a pessoa expressa as suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões de
uma forma implícita ou indireta, frequentemente com «mensagens mistas», em que há contradições
no conteúdo ou entre o conteúdo e o comportamento não verbal. É o caso de mensagens cujo
objectivo é levar o interlocutor a adivinhar o que quer dizer ou a sentir-se tão mal ou responsável pela
pessoa que fará o que ela quer, ainda que contra a sua vontade. A pessoa que tem este
comportamento procura a satisfação das suas necessidades violando os direitos dos outros, mas
fá-lo de forma indireta.
A assertividade varia conforme as pessoas e as situações
Um aspecto que é importante ter em conta é que NINGUÉM é 100% assertivo com todas as pessoas
e em todas as situações. Para cada pessoa, a facilidade que tem em comportar-se de forma assertiva
depende muito da pessoa a quem esse comportamento se dirige (pais, professores, amigos,
namorado/a, crianças, etc) e da situação em que se encontra (auto-afirmação, expressão de
sentimentos positivos, expressão de sentimentos negativos, etc). Quando muito, pode-se dizer que a
pessoa assertiva é capaz de se comportar com assertividade com muitas pessoas e em muitas
situações.
O que é que ganharia em me comportar de forma mais assertiva?
A assertividade é uma escolha. Da mesma forma que determinada pessoa aprendeu a comporta-se
de forma não assertiva, pode aprender um conjunto de competências que lhe permitam comportar-se
com maior assertividade. Que vantagens tem em fazê-lo?
A resposta a esta questão pode ser dada, em primeiro lugar, pela análise das consequências de cada
tipo de comportamento. É importante não esquecer que os comportamentos que temos não ocorrem
num vácuo – eles repercutem sobre a pessoa que os tem e sobre aquele que os recebe, quer de
forma imediata, quer a longo prazo. O que acontece é que, ainda que os comportamentos não
assertivos tenham, a curto-prazo, algumas consequências positivas para o próprio (que é, aliás, o que explica que se mantenham), as suas consequências são, num balanço global, negativas; os
comportamentos assertivos são, por outro lado, quase universalmente vantajosos.
Se ainda não estás convencido, tem em atenção o seguinte: a assertividade, depois de aprendida,
poderá vir a ser mais uma ferramenta, de entre o conjunto de que já dispões. Nada te obriga a
utilizá-la, mas caso ela se venha a revelar necessária, é bom saber que lá está.
Como posso fazê-lo?
Conhecimento dos próprios direitos
A primeira mudança é interna, e passa por adquirir conhecimento dos direitos que te assistem (e,
igualmente, a cada uma das pessoas que te rodeiam). Uma amostra destes direitos poderá ser a
seguinte:
- Eu tenho o direito de ser respeitado e tratado de igual para igual, qualquer que seja o papel
que desempenho ou o meu estatuto social
- Eu tenho o direito de manter os meus próprios valores, desde que eles respeitem os direitos
dos outros
- Eu tenho o direito de expressar os meus sentimentos e opiniões.
- Eu tenho o direito de expressar as minhas necessidades e de pedir o que quero
- Eu tenho o direito de dizer não sem me sentir culpado por isso
- Eu tenho o direito de pedir ajuda e de escolher se quero prestar ajuda a alguém
- Eu tenho o direito de me sentir bem comigo próprio sem sentir necessidade de me justificar
perante os outros
- Eu tenho o direito de mudar de opinião
- Eu tenho o direito de pensar antes de agir ou de tomar uma decisão
- Eu tenho o direito de dizer «eu não estou a perceber» e pedir que me esclareçam ou ajudem
- Eu tenho o direito de cometer erros sem me sentir culpado
- Eu tenho o direito de fixar os meus próprios objetivos de vida e lutar para que as minhas
expectativas sejam realizadas, desde que respeite os direitos dos outros.
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