sábado, 21 de outubro de 2017

Tentativas de suicídio: um risco grave.

Texto extraído do livro:  "Como lidar co a depressão - Guia prático para familiares e pacientes que sofrem de Depressão". Autora: Martin Hautzinger.

A taxa de suicídio é de aproximadamente 15 casos para cada cem mil pessoas. Estima-se que o risco de um gesto suicida em um quadro depressivo seja de mais de 20%. Os mais atingidos são os de faixa etária jovem (18 a 25 anos) e mais avançada (acima de 70 anos). 
Tentativas de suicídio e gestos suicidas são um tabu. Mesmo na pratica medica e psicoterapêutica fala-se pouco sobre o assunto. Com frequência, os gestos com fins  suicidas são banalizadas ("não foi para valer") ou tem seu sentido desvirtuado ("não foi de proposito, só queria um pouco de sossego"). Entre os parceiros e na família, o tema é tratado de forma bastante emotiva; por isso, também nessa esfera evita-se falar sobre o assunto, identificar o risco, adotar medidas e aceitar ajuda.
A gravidade (quantidade de sintomas) e a duração (crônica, sem melhora) da depressão possibilitam uma previsão confiável de gestos suicida. Além disso, experiência recentes de perda, doenças físicas cronicas e isolamento social são fatores de risco bem típicos. O risco de um gesto suicida é máximo quando esses acontecimentos levam a um estado de desesperança.
A desesperança é a condição psíquica decisiva nas depressões e, sobretudo, nas tentativas de suicídio. As pessoas que não tem mais esperança de mudança, ajuda e distração desistem e querem acabar com sua vida.


Seleção de fatores de risco de suicídio:


  • tentativas anteriores de suicídio;
  • gênero masculino;
  • faixas etárias mais jovens e mais velhas
  • abatimento, falta de alegria
  • desamparo e desespeança
  • doenças cronicas
  • insonia persistente, distúrbios no sono
  • perdas, solidão, poucos laços sociais
  • consumo abusivo de álcool (ou de outras drogas)
  • medo, panico, nervosismo, impulsividade
  • fracassos, depceções.








segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Frustração: o inicio da nuvem cinza?!

Existe uma tendência natural de se pensar na infância como um período feliz, livre de preocupações ou de responsabilidades, mas as pesquisas têm mostrado que as crianças também sofrem de depressão.
Sentimentos de tristeza em função de perdas ou manifestações de raiva decorrentes de frustração são na maioria das vezes reações afetivas normais e passageiras e não requerem tratamento. Porém, dependendo da intensidade, da persistência e da presença de outros sintomas concomitantes, a tristeza e a irritabilidade podem ser indícios de quadros afetivos em crianças e adolescentes.
A irritabilidade é um sintoma inespecífico, podendo ser encontrada em indivíduos normais. No entanto, esta se torna patológica quando qualquer estímulo é sentido como perturbador e a criança ou adolescente apresenta hiper-reatividade de característica desagradável, hostil e eventualmente agressiva.
Alterações do humor com um forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade constituem quadros disfóricos que podem estar presentes nos transtornos afetivos. Provavelmente, por estarem em desenvolvimento, as crianças não têm capacidade para compreender o que acontece internamente e, com freqüência, apresentam comportamento agressivo.
As súbitas mudanças de comportamento na criança e no adolescente, não justificadas por fatores de estresse, são de extrema importância para o diagnóstico dos transtornos afetivos. Crianças, antes adequadas e adaptadas socialmente, passam a apresentar condutas irritáveis, destrutivas e agressivas, com a violação de regras sociais anteriormente aceitas. Esse comportamento pode ser decorrente de alterações de humor do tipo disfórico.
Nas disforias encontradas no cotidiano, sem uma conotação psiquiátrica e como resposta afetiva aos eventos diários, observa-se a brevidade do quadro e o não comprometimento das condutas adaptativas, diversamente do que é encontrado nos quadros depressivos.
Os transtornos afetivos interferem na vida da criança e do adolescente, prejudicando de modo importante seu rendimento escolar e seu relacionamento familiar e social. Como também nos adultos em todos aspectos da sua vida, pessoal, familiar, profissional.

Tratamento
O tratamento do paciente com transtornos afetivos inicia-se com uma avaliação detalhada para afastar possíveis causas orgânicas para o aparecimento dos sintomas. Também se deve obter dados sobre o comportamento da criança em casa e na escola. O diagnóstico preciso é fundamental para conduzir à terapêutica adequada. A psicoterapia da criança e a orientação para pais e professores são sempre necessárias. Muitas vezes recomenda-se a terapia familiar para diminuir a angústia da criança e da família. Com relação à medicação, deve-se estudar cada caso individualmente.
Nos casos de transtornos de ajustamento com humor depressivo, distimia e depressão maior, pode-se usar antidepressivos tricíclicos como imipramina, clormipramina, maprotilina, amitriptilina ou nortriptilina. Todos já são de uso comum na infância e tanto a substância como os efeitos colaterais são bastante conhecidos. Deve-se começar com doses baixas e o aumento deve ser gradual. Os efeitos colaterais são semelhantes aos observados em adultos, devendo ser dada especial atenção ao monitoramento cardíaco.
Os inibidores seletivos da recaptura de serotonina (ISRS) aprovados nos Estados Unidos pelo Food and Drug Administration (FDA) para uso em crianças são o cloridrato de sertralina e a fluoxetina. Essas drogas apresentam bons resultados e poucos efeitos colaterais. Outros ISRS, como o citalopram, a paroxetina e os ISRS de ação mista, como a venlafaxina, também têm sido utilizados.
O carbonato de lítio, a carbamazepina e o ácido valpróico podem favorecer a estabilização do humor e a melhora da irritabilidade nos casos de transtorno bipolar. São medicações consagradas no meio médico, mas deve-se ficar bastante atento às avaliações clínicas e laboratoriais prévias ao uso desses medicamentos.
A obrigatoriedade das avaliações clínicas e laboratoriais tem por objetivo afastar a possibilidade de diagnósticos diferenciais e, também, de traçar um perfil basal para futuros exames periódicos de controle, lembrando que alguns medicamentos apresentam efeitos colaterais intoleráveis para certos pacientes, assim como efeitos adversos de leucopenia (carbamazepina), hipotireoidismo (lítio), cardiotoxicidade (lítio) e patologias da condução cardíaca (antidepressivos tricíclicos). A dosagem sérica deve ser verificada sempre que possível.









Pensamento Positivo x Pensamento Negativo.

 Quando andamos desanimados com a vida, quando nos sentimos ‘em baixo’, quando nos sentimos infelizes por não conseguirmos dar a volta a um determinado problema, frequentemente alguém nos diz “o que é preciso é ter pensamento positivo”. Quem for apanhado de surpresa por esta afirmação não consegue compreender como é que o pensamento positivo vai resolver o problema concreto que possui! Como é que pensando positivamente se resolve, como que por milagre, o problema existente! O pensamento positivo existe em contraponto relativamente ao pensamento negativo. Qual é a vantagem, para nós, em ter pensamentos positivos em vez de pensamentos negativos? Quando temos um problema qualquer que não conseguimos resolver e nos incomoda bastante, ao ponto de ficarmos angustiados, deprimidos ou mesmo amedrontados, se mantivermos uma atitude negativa que consiste em ter sentimentos derrotistas, sentimentos de pessimismo, sentimentos de incapacidade para resolver problemas, o que vai acontecer é que para além de não darmos nenhum contributo positivo, racional, para a resolução do problema, estamos a aumentar a dimensão do problema a resolver, o qual vem agora afetado de uma terrível carga negativa que é acrescentada por nós próprios, tornando-se uma bola de neve sempre a crescer com a continuidade dos pensamentos negativos. Isto é, o pensamento negativo não resolve nada e só vem complicar ainda mais a resolução do problema, tornando a nossa mente pouco lúcida. O pensamento positivo, pelo contrário, tem a virtude inicial de nos acalmar, de clarificar o problema a resolver, de tornar a nossa mente mais lúcida e de definir claramente os limites do problema. Com pensamentos positivos, ficamos com a mente mais aberta, não entramos em ansiedade com tanta facilidade, não entramos em pânico, controlamos melhor a situação. É verdade que o problema, enquanto não for resolvido, continua a existir, mas agora com a vantagem de estarmos conscientes de que o problema tem os limites que tem, os verdadeiros, e não os limites ampliados pela nossa mente em estado alterado. Continuando a pensar positivamente, verificamos que os aspectos que nos pareciam problemáticos passam a ser encarados como factos comezinhos, sem grande importância. O que podemos então fazer para manter o espírito com pensamentos positivos? Bom, basta, nestas situações problemáticas, dizermos para nós próprios, em silêncio ou bem alto, consoante o local, um conjunto de frases positivas, as quais vão entrar no nosso subconsciente e que, mais tarde, quando pensarmos no tal problema, irão trabalhar em silêncio, ajudando-nos a ter uma atitude mais objectiva e racional, sem desânimos.
 Há muitos pensamentos positivos que podemos dizer para nós próprios, nomeadamente: 1) Eu consigo resolver os meus problemas 
2) Eu sinto-me bastante confiante para resolver este problema 
3) Tenho plena confiança nas minhas capacidades 
4) Eu vou encontrar uma solução para este problema. 
São frases deste gênero, ditas de uma forma confiante, bastante afirmativa, várias vezes, seguidas, pausadas, que nos ajudam a manter uma vontade forte, um pensamento positivo forte, para enfrentar a situação em causa. Conseguido este ganho de confiança, quando se enfrenta o problema, o nosso estado de espírito já é outro, a nossa capacidade de análise é mais lúcida e a probabilidade de se resolver o problema é maior. Além disso, está provado cientificamente que o psíquico influencia o físico, isto é, o nosso estado de espírito, o nosso estado psicológico, o nosso pensamento provoca alterações fisiológicas, nomeadamente: perturbações digestivas, problemas neurológicos, problemas de pele, etc.. Evidentemente que o pensamento positivo pode aplicar-se no dia-a-dia do aluno, nas suas tarefas escolares, nas suas dificuldades escolares desta ou daquela disciplina. O pensamento positivo dá mesmo resultado, comprovadamente, só é necessário é que o aluno o queira, tenha a vontade de resolver o problema.





Desmotivação no trabalho.

 Desmotivação e Patologias Motivacionais:

 Existe uma dimensão do comportamento humano que, por estar menos evidente à observação direta, não deixa de ter grande importância. Essa dimensão tem, também, o poder de influenciar, negativamente, atitudes e respostas comportamentais dos indivíduos em praticamente todas as suas situações de vida. Quando um esforço despendido na busca de satisfazer uma necessidade é bloqueado, o indivíduo encontra-se em um estado de insatisfação física ou fisiológica que, ao ser vivenciado por longo intervalo de tempo, pode-se culminar em um estado de frustração ou desmotivação, culminando em um comportamento apático e patológico. Contudo, existe um limite muito tênue que permite distinguir a diferença entre o atendimento produtivo de uma necessidade e aquele considerado como insuficiente ou inapropriado. Caminhando no sentido do ajustamento produtivo, as pessoas tomam a direção do seu autodesenvolvimento, conseguindo preservar a auto-identidade. Caso contrário, a sensação é a de estar sendo perigosamente ameaçado e, como uma das formas de defesa de si mesmo, o indivíduo age irracionalmente, ocasionando, assim, um falso ajustamento. Satisfazer uma necessidade não só é condição básica para evitar conseqüências de provável desajustamento, como também, representa um meio de neutralizar a discrepância entre a expectativa da satisfação e o estado real em que cada um se encontra. Voltando-se mais especificamente para o campo profissional, a partir de certa idade, o trabalho passa a ser parte integrante da vida das pessoas. As atividades de trabalho representam fonte e oportunidade quase exclusiva com as quais cada um conta para atender não somente às expectativas mais concretas, como também, aquelas menos palpáveis que são as necessidades psicológicas. O trabalho, para cada uma das pessoas, reveste-se da importância de ser fonte de equilíbrio individual. Um ajustamento precário ou inadequado ao trabalho pode ter como resultado final estados interiores que vão desde leves desapontamentos até frustrações mais graves. Isso explica muito bem não somente estados interiores típicos de insatisfação com relação às solicitações da situação de trabalho, como pode, inclusive, precipitar estagnação na carreira e na vida profissional.


A organização paranoide: é aquela que enfatiza sistemas de informação e controle. Os responsáveis pela administração dessas empresas adotam a conduta tipo suspeita constante, desconfiando e duvidando das pessoas e dos acontecimentos que se passam dentro e fora da empresa. Desmotivação: Embora consigam evitar grandes perdas, dado o caráter precavido que adotam as organizações, o clima interno a elas é frio, fazendo com que as pessoas percam a espontaneidade e optem por comportamentos mais defensivos, que, na maioria das vezes, inibem a criatividade.  A organização compulsiva: nesse tipo de organização os controles são planejados para funcionar de maneira concreta com vistas a monitorar o mais rigidamente possível as operações internas, a eficácia da produção, os custos e a programação das atividades individuais. As mudanças são consideradas como altamente ameaçadoras e vistas como impossíveis de ocorrer. Desmotivação: Em virtude das pessoas terem que adotar um comportamento tipo compulsivo onde o dever e a rigidez deve ser cumprido em detrimento aos próprios desejos e interesses pessoais, impera-se atitudes de total apatia e submissão, fazendo com que a empresa perca facilmente o sentido da realidade em que vive e do ambiente com o qual deveria estar interagindo com maior dinamismo.  A organização teatral: destaca-se por ser um tipo de empresa que está sempre em cena. Faz-se notar por suas características de extrema atividade, sendo uma entidade terrivelmente aventureira a ponto de levar ao extremo a sua despreocupação com perigos ou ameaças que possa estar sofrendo. A audácia, o risco e a diversificação representam os seus principais parâmetros de ação. O ambiente dessas organizações reflete hiperatividade, impulsividade e perigosa incredulidade diante das ameaças. Parece que tudo funciona ao sabor de impulsos pessoais. Desmotivação: Freqüentemente, as pessoas dentro desse tipo de empresa sentem-se relegadas a segundo plano, podendo, por isso, alimentar um rancor silencioso, mas não tendo coragem de confessá-lo. Todos, de maneira geral, sentem que no fundo estão se prestando a farsas que só engrandecem a personalidade da figura que ocupa o topo da organização.  A organização depressiva: bastante fechada em si, esta é uma empresa na qual reina um clima de passividade, que tem nítidos reflexos na dificuldade de resolução de problemas e tomada de decisões. As práticas de trabalho são normalmente preestabelecidas, as rotinas devem ser cumpridas a todo custo e os procedimentos formalizados ao extremo precisam ser religiosamente respeitados. Desmotivação: Os empregados respondem a diretriz de anonimato, adotando formas passivas de ação, não se mostrando envolvidos na busca de eficácia pessoal. Há, por toda parte, uma sensação de impotência diante do curso dos acontecimentos, acreditando-se que contra eles nada pode ser feito. Não é de espantar que, em tal ambiente, a falta de interesse e motivação, bem como os baixos níveis de satisfação pessoal, sejam uma constante.  A organização esquizoide: é o tipo de empresa onde os executivos, seja em que nível for, procuram satisfazer os seus próprios interesses. Não há indícios de esforços compartilhados. Falar a respeito de trabalhos em equipe para essas empresas não faz nenhum sentido. As informações são utilizadas mais como fonte de poder do que como um recurso que promova a integração e a adaptação indispensáveis ao conforto pessoal no ambiente de trabalho. Desmotivação: É normal que as pessoas dentro desse contexto guardem distância umas das outras, pois isso representa menor risco para elas. Nesse isolamento emocional, as necessidades de cada um ficam sistematicamente relegadas, deixando, não raro, evidentes sentimentos subjacentes de agressividade.

Motivação. Esta é uma palavra que pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma empresa em qualquer dos seus escalões – do chão de fábrica à presidência. Motivação não é algo que se explique em apenas uma frase, nem se consegue ter funcionários motivados através de uma única atitude. A motivação é um conjunto de coisa que ao se combinar, transformam a empresa em um negócio altamente poderoso.