Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo,
apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado
de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Em crianças, o desenvolvimento emocional influi sobre as
causas e a maneira como se manifestam os medos e as preocupações
tanto normais quanto patológicos. Diferentemente dos
adultos, crianças podem não reconhecer seus medos como exagerados
ou irracionais, especialmente as menores. A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos
quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa
como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade
de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do
indivíduo. Tais reações exageradas ao estímulo ansiogênico
se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma
predisposição neurobiológica herdada. A maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade
patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é
de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do
momento ou não.
Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses
sintomas são primários, ou seja, não são derivados de outras
condições psiquiátricas (depressões, psicoses, transtornos do
desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.).
Sintomas ansiosos (e não os transtornos propriamente) são
freqüentes em outros transtornos psiquiátricos. É uma ansiedade
que se explica pelos sintomas do transtorno primário
(exemplos: a ansiedade do início do surto esquizofrênico; o
medo da separação dos pais numa criança com depressão maior)
e não constitui um conjunto de sintomas que determina um
transtorno ansioso típico
Tratamento:
A abordagem psicoterápica pode ser das mais diversas modalidades,
não se tendo estudos comprovando a relativa eficácia entre
elas até o momento. A terapia cognitivo-comportamental consiste
basicamente em provocar uma mudança na maneira alterada de
perceber e raciocinar sobre o ambiente e especificamente sobre o
que causa a ansiedade (terapia cognitiva) e mudanças no comportamento
ansioso (terapia comportamental). Esse método pode ter
eficácia duradoura sobre os transtornos ansiosos em geral. Os pais
participam ativamente dessa terapia com crianças, ao contrário do
que é feito com adultos com o mesmo transtorno. No caso clínico
citado como exemplo, seria feito um acordo com a criança e seus
pais de que as perguntas exageradas não receberiam resposta, com
reasseguramento à criança da necessidade disto para diminuir seu
sofrimento. Nesse método, parte-se do pressuposto que quanto
mais atenção se der a esse comportamento alterado (respostas tranquilizadoras
ou agressivas na tentativa de controlar a ansiedade
da criança) maior a chance de reforçá-lo e ampliá-lo; ao contrário,
mantendo-se a calma e retirando-se a atenção do comportamento
ansioso, ele tende a se extinguir.
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