sábado, 29 de agosto de 2015

Assunto sério: Fobia Social

A fobia social (FS) representa um problema grave de saúde mental com características incapacitantes em suas diferentes formas de apresentação. A mais comum é o medo de ser humilhado ou ridicularizado em situações sociais por apresentar atitudes inadequadas ou sintomas de ansiedade como tremor, rubor, sudorese excessiva e desatenção. A interação social torna-se mais ameaçadora se for associada a um descontrole motor observável em comportamentos como beber, comer ou escrever. A FS pode ser caracterizada como generalizada ou circunscrita, dependendo da quantidade ou diversidade das situações sociais temidas. Estima-se prevalência entre 2,5 e 13,3% de ambos os tipos, para toda a vida em estudos populacionais americanos. Em adultos, é mais freqüente em mulheres e tem início na adolescência, embora muitos adultos relatem sintomas desde a infância. Em crianças, é tão comum no sexo feminino quanto no masculino. Indivíduos com FS, independentemente da faixa etária, têm maior risco de apresentar outros diagnósticos psiquiátricos como transtorno de ansiedade generalizada, depressão, fobia específica e dependência de substâncias psicoativas como álcool e tranqüilizantes. Além disso, muitos indivíduos apresentam características do transtorno evitativo de personalidade (TEP), um padrão duradouro de esquiva do contato interpessoal, que é considerado por alguns autores como a forma mais grave da FS, com maior tempo de doença e de número e variedade de situações sociais temidas. Múltiplos são os possíveis fatores relacionados à etiologia da FS. Estudos familiares demonstram um padrão de agregação familiar de FS, principalmente do subtipo generalizada. A maior incidência de FS em parentes de primeiro grau de indivíduos acometidos sugere que, pelo menos parcialmente, esse transtorno seja geneticamente herdado. Estudos genéticos mais recentes sugerem a possibilidade de herança poligênica, com genes candidatos em pesquisa.8 Em estudos de neuroimagem funcional, realizados por meio de ressonância magnética (RMN) ou tomografia por emissão de pósitrons (PET), observa-se a hiperestimulação de estruturas temporais (amígdala, córtex pré-frontal, hipocampo e núcleo estriado) em resposta a imagens aleatórias de faces humanas – o que sugere um sistema límbico hipersensível não somente a estímulos nocivos, mas também a estímulos considerados afetivamente neutros. Além da vulnerabilidade biológica citada em estudos genéticos e neurobiológicos, uma área muito estudada é a relação entre inibição comportamental (IC) – que inclui introversão, timidez, esquiva e medo de pessoas e objetos estranhos - em bebês e crianças pequenas e FS na adolescência ou início de vida adulta. A IC é um traço de temperamento definido como a tendência do indivíduo a afastar-se frente a novidades. Quando presente, aumenta em quatro a cinco vezes o risco de a criança ou o adolescente desenvolver FS. No entanto, a presença de traços de temperamento como timidez e IC não são suficientes para o desenvolvimento de FS, pois nem todos os que apresentam tais características desenvolvem o transtorno, o que reafirma a importância da associação dos fatores ambientais e biológicos em sua etiologia. Além disso, pesquisas em desenvolvimento infantil correlacionam inibição social precoce com respostas de proteção e controle exagerados dos pais. Estas, por sua vez, reforçam o retraimento da criança e conseqüentemente dificultam a exposição a situações sociais, formando um ciclo vicioso.

 Manejo de estresse e relaxamento :

As técnicas de manejo de estresse e relaxamento são utilizadas no tratamento da FS com o objetivo de fazer com que o paciente aprenda a ter maior controle das respostas fisiológicas próprias da ansiedade. Dessa forma, tais técnicas são bastante utilizadas no tratamento de todos os quadros ansiosos. No manejo do estresse, o paciente é orientado a identificar os sinais que indicam um aumento de sua ansiedade e a utilizar a distração e/ou um exercício respiratório de maneira a não permitir que a ansiedade aumente. As técnicas de relaxamento em geral são úteis na diminuição da ansiedade basal e também favorecem a percepção do autocontrole da ansiedade. A mais utilizada é a de Jacobson, que orienta o paciente a observar cada grupo muscular de maneira a identificar a tensão e propiciar o relaxamento do mesmo.





Nenhum comentário:

Postar um comentário