sábado, 4 de abril de 2015

Psicologia do Sexo.


Três instintos básicos dirigem a conduta das pessoas: o de conservação, que ajuda a manter a vida; o social, que facilita o relacionamento com outros seres, e o sexual, que assegura a preservação da espécie. Os dois primeiros são aceitos com unanimidade por todos os Grupos sociais como necessidades vitais. Sobre o terceiro pairam dúvidas. E dúvidas que geram medo. E esses medos trazem repressão. Em síntese, é esse então o fio condutor da influência social sobre a vida sexual das pessoas.
São enormes as diferenças de percepção da sexualidade entre os muitos clãs, tribos, sociedades e nações que hoje constituem o planeta. Contudo, salvo poucos grupos que vivem quase totalmente isolados nas selvas amazônicas ou de Papua Nova Guiné, o comportamento sexual humano encontra-se sob os desígnios dogmáticos da moral religiosa ou sofre sua influência. Mais além do instinto natural transmitido geneticamente, a influência do contexto acaba modificando, desviando essas normas naturais a fim de reprimi-las. E é a moral que infunde regras sustentadas pelo medo, pelo conservadorismo e pelos castigos; ela penetra na mente e desenvolve dezenas de barreiras, desde o início da vida até a maturidade.Viver a sexualidade de maneira sadia a partir dessas premissas implica em se permitir trocar e variar de jogos eróticos, sem que isso resulte sempre em uma prova traumática que obrigue a um processo interior para superar essa barreira de contenção. É algo mais espontâneo e livre. Em algumas fases, o que mais estimula é olhar; em outras, o desejo é se deixar levar pelas sensações da submissão; em outras, ao contrário, o que mais apetece é mostrar o corpo desnudo, exibir-se sem pudor, ou ver filmes eróticos para atingir o limite da excitação. Tudo depende, então, da situação e do estado de ânimo.
As práticas explicadas neste livro são cotidianas e muito mais próximas do que opressão tenta fazer parecer. Mesmo na intimidade mais profunda, aquela que não se confessa e da qual às vezes nem se tem consciência, porque só é sentida, todos já experimentamos satisfação em situações que consideramos marginais: olhar um corpo nu através de uma janela indiscreta, mostrar o próprio corpo na praia e sentir-se desejada, querer ser a protagonista daquele filme em que a mulher, atada por pés e mãos, desfruta do gelo que molha seus lábios, ou desejar ter o controle da situação para que o amante faça tudo que se lhe pede. Esses desejos reprimidos e bloqueados pelo sentimento de culpa são o melhor aval para compreender que se trata de reações naturais e estimulantes do sexo, como outras tantas. Essas vontades convivem diariamente conosco, embora nos encarreguemos de tapá-las, de passá-las para o lado obscuro da mente, esse espaço interior reservado ao inconfessável.






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