domingo, 28 de setembro de 2014

O falar sozinho e a fofoca de dentro!!!

O que chamamos nosso pensamento é uma coisa complicada e misturada. O exame desse pensamento, que brota sozinho, o tempo todo, mostra que ele é feito em boa parte de desejos e temores vagos. 
Cada desejo liga-se à fofoca no seguinte sentido: se fôssemos fazer o que imaginamos, na certa falariam de nós. 
Pior do que isso, se descobrissem o que estamos pensando, isto é, se suspeitassem de nossas intenções secretas, certamente nos condenariam criminosos ou ridículos, nos perseguiriam com a rádio-patrulha ou com sorrisos de desprezo.
Que fazemos nós - que faz o nosso EU -  diante destas idas e vindas inteiros produzidas pelos anseios e medos? Nosso EU procura justificar-se, dizer que aquele pensamento não é bem dele, que aquilo é uma bobagem, que ele jamais pensaria em fazer uma coisa destas, que nunca teve a intenção (que está tendo).
A fofoca é trágica. Ela é o principal instrumento e motivo de toda autocensura, de toda autocastração, de toda a irrealização pessoal.



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